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Pesquisa: as percepções dos pais sobre o Desenvolvimento da Primeira Infância

 
As mães brasileiras conhecem a importância do pré-natal e da amamentação. Tomam cuidados com a higiene do bebê e, em caso de dúvida, consultam um pediatra. Mas, por outro lado, muitas acreditam que o bebê só inicia seu aprendizado após os 6 meses de vida. É isso que aponta a pesquisa desenvolvida pelo Instituto Paulo Montenegro/Ibope a pedido da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), divulgada durante o II Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância. O levantamento mostrou que as mães se preocupam com o crescimento físico de seus filhos, mas ainda desconhecem a importância do desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças.

A pesquisa foi apresentada durante a mesa-redonda A Primeira Infância na visão da sociedade brasileira: o que temos a aprender?, mediada por Eduardo Marino (gerente de Avaliação e Pesquisa da FMCSV) e com as presenças de Ana Lúcia Lima (diretora executiva do Instituto Paulo Montenegro/Ibope),
Michael Baran (pesquisador sênior do Frameworks Institute) e Yves de La Taille (professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de São Paulo).

Ana Lúcia Lima abriu a sessão explicando que a pesquisa foi realizada em três etapas, entre janeiro e junho de 2012. Na primeira etapa, foram ouvidos seis grupos de gestantes e mães de crianças de até três anos, em São Paulo (SP) e no Recife (PE). Na segunda etapa, foram entrevistadas 2002 pessoas em todo o país, tanto homens como mulheres acima de 16 anos. E, por fim, foram consultadas, individualmente, 203 mães de bebês até um ano, em 18 capitais brasileiras.

Ela fez ainda a apresentação dos números e conclusões da pesquisa, evidenciando alguns comportamentos dos pais.

  1. A percepção, por parte das mães, de que apenas o cuidado com a saúde física é o mais importante para o crescimento com qualidade de vida, deixando para segundo plano os fatores emocionais e comportamentais.
  2. A aprendizagem não é vista como prioritária nos primeiros anos de vida, pois 53% dos entrevistados acredita que a criança só começa a aprender a partir dos 6 meses de idade.
  3. Não existem diferenças consideráveis entre públicos de classes sociais e escolaridades distintas. De um modo geral, o conhecimento sobre o Desenvolvimento da Primeira Infância é bastante homogêneo na sociedade. E quando há diferenças, elas não se dão da forma mais previsível. Por exemplo, um número maior de mães das classes sociais mais altas afirmou que deixa seus filhos assistindo televisão como uma forma de estimular seu desenvolvimento.

 

Isso se reflete diretamente no comportamento dos pais e das políticas públicas. Com base nos dados apresentados, Michael Baran observou que a falta de informação qualificada faz com que os pais acreditem ser mais importante conversar com os bebês no útero do que após o nascimento.

Para contornar essa situação, o professor Yves disse que, “independentemente ou não da presença de instintos maternos, é bom pensar no cuidado como uma dimensão ética. Portanto, como um valor”. Para encerrar, Ana Lúcia afirmou que, “quando a política pública existe e é acessível, acaba afetando não só o uso dos serviços, mas também a percepção, a compreensão e os valores que se criam em relação a aquele contexto”.

Quem quiser saber mais a respeito dessa pesquisa, clique aqui e consulte o documento no portal da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.

 

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