Com relação ao acesso à creche, ele ressalta que estamos evoluindo na quantidade, embora as taxas ainda sejam baixas, especialmente na faixa de crianças de zero a três anos. A boa notícia é que esse acesso amentou nas camadas mais pobres da população.
O que Neri preconiza é a necessidade, cada vez maior, de os vários programas sociais agirem de forma mais integrada, como o que acontece com o ‘Família Carioca’ e ‘Renda Melhor’, no Rio de Janeiro, e o ‘Brasil Carinhoso’, cujo objetivo é complementar a renda dos beneficiários do Bolsa Família que tenham crianças de zero a seis anos.
O ‘Bolsa Família’ é reconhecidamente, segundo Neri, um dos melhores programas de transferência de renda e se pauta na promoção da equidade, prosperidade, sustentabilidade e sensibilidade (a percepção das pessoas beneficiadas). Nem sempre consegue chegar aonde deveria. Lares sem mães, por exemplo, são mais difíceis de ser contemplados, já que o benefício é prioritariamente dirigido às mulheres. Os condicionamentos do programa preveem benefícios a quem mais precisa. Os mais pobres, por exemplo, estão nos primeiros lugares das filas por vagas nas creches.
Existe a proposta de criar um novo federalismo social que viabilize parcerias entre as esferas municipal, estadual e federal para experimentar e dar escala às soluções. Também, segundo Neri, é preciso explorar melhor a equação governo, sociedade civil e famílias na definição e aplicação de políticas públicas.
Algumas iniciativas locais podem ser escaladas, como a ‘Nave Mãe’, em Campinas, SP, e ‘Nova Semente’, em Petrolina, PE, que propõem um novo tipo de creche. “Outras podem promover a integração e suplementação de serviços, como o ‘Família que Acolhe’, em Boa Vista, Roraima, que atende gestantes e a criança pequena”, exemplifica Neri, encerrando sua apresentação.
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