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“Evitando Acidentes na Primeira Infância”: relatório aponta problemas e indica soluções para uma questão de saúde pública

O relatório “Evitando Acidentes na Primeira Infância” é uma iniciativa da Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) , como parte do projeto Observatório Nacional Primeira Infância, apoiado pela Fundação Abrinq-Save the Children, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação José Luiz Egydio Setúbal e Instituto Alana.

Nas suas primeiras páginas, o documento faz uma análise do cenário preocupante dos acidentes envolvendo a população infanto-juvenil. Segundo os dados do Datasus, referentes a 2012, os acidentes são a principal causa da morte de crianças a partir de um ano de idade, no Brasil. Foram 3.142 e mais de 75 mil hospitalizações só naquele ano. Incidentes de trânsito (envolvendo carros, motos e bicicletas) totalizaram 33% das mortes. Afogamento está em segundo lugar, com 23% dos óbitos, seguido por queimaduras (7%) e quedas (6%).

Para especialistas, é possível prevenir com atitudes simples, desde a fase do pré-natal, conscientizando os pais, levando-os a conhecer as habilidades da criança pequena e desmistificando a ideia de que ela, ainda bebê, não é capaz de, por exemplo, levar um choque colocando o dedo na tomada ou rolar e cair da cama muito antes de saber engatinhar. Talvez esse desconhecimento ou sub valorização dessas habilidades seja um dos fatores responsáveis por muitos acidentes.

Atendimento e cuidado

Outra questão que o relatório convida à reflexão é o atendimento oferecido à criança acidentada nos prontos socorros e hospitais, que precisam ganhar maior eficiência e melhores aparelhos. A falta de infraestrutura adequada em alguns espaços educativos e de lazer, a pobreza, a baixa educação dos pais, habitações precárias também são fatores de risco. No entanto, vale lembrar que os acidentes acontecem em todas as faixas socioeconômicas, inclusive com crianças que moram em casas ou condomínios de alto padrão, repletos de piscinas e garagens, por exemplo.

As consequências de alguns acidentes também se tornam um problema para a família. Além das sequelas emocionais e sociais, outro fator que pesa no dia a dia é o financeiro. No caso da saúde pública, o relatório mostra que, de acordo com o governo federal, cerca de R$ 70 milhões são gastos na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) com o atendimento de crianças vítimas de acidentes.

Por isso, é urgente que haja um trabalho de mudança de comportamento e de divulgação de medidas educativas e legislativas, além de uma severa fiscalização das leis que já existem para proteger a criança.

Mas tantos problemas não ficam sem soluções. O documento traz projetos, programas e políticas públicas de prevenção de acidentes, pontua as leis normativas relacionadas ao tema, fala sobre o investimento público nessa área de segurança, explica como acontecem os incidentes, dá dicas para manter a criança segura, com orientações gerais e por faixa etária, e faz algumas recomendações.

O relatório é leitura obrigatória para quem trabalha com a Primeira Infância e, também, para os pais. Faça aqui o download gratuito.

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