Aliás, para Kohl, um dos erros mais comuns é não dedicar tempo necessário à criação de uma ambiência de envolvimento e compromisso com a causa junto aos que serão responsáveis pela implementação e sustentabilidade dos programas em larga escala. “Treinamento técnico é importante, mas não é o suficiente para garantir mais eficiência”, declara.
Segundo Kohl, a palavra de ordem para quem pretende fazer escala é o pragmatismo.
Também é preciso entender que não existe uma fórmula única para a escalabilidade.
As estratégias devem ser pensadas de acordo com as características da intervenção que se pretende realizar. Ou seja, é importante ter respostas concretas a questões como: qual o universo dessa escala? Uma cidade? Um estado? O país? Em que contexto estão as pessoas que serão beneficiadas pelas intervenções? Quais serão os mecanismos de entrega dos benefícios das intervenções? Quem vai financiar, implementar e entregar o programa?
Richard Kohl também alerta para a aplicabilidade de propostas que são inicialmente pensadas para comunidades menores e, depois, adaptadas a universos mais amplos.
“Quando se pensa em dar escala nacional a uma intervenção elaborada para uma favela, por exemplo, é preciso ter em mente que o programa passará por mudanças e as questões constitucionais vigentes também terão de ser avaliadas para a viabilização dessa ampliação”.
Ele também chama atenção à complexidade dos modelos. “Quanto maior a escala, mais simples tem de ser o modelo, menos complexo precisa ser o escopo do programa”.
Para garantir a sustentabilidade dos programas ou políticas, Kohl sugere três passos. O primeiro é gerar não só evidências, mas demonstrar a capacidade de generalizar a intervenção. “Não só se funciona, mas onde funciona, porque funciona e quem a opera”.
O segundo passo é avaliar por quais mudanças e simplificações a proposta tem de passar para se tornar sustentável. Por último, convencer as partes interessadas a aprovar de onde virão os recursos (poder público ou empresas) e quem vai gerenciar todo o processo (ONGs ou universidades).
É essencial que haja um acompanhamento permanente que aponte onde mudanças precisam ser feitas durante o processo, assim como avaliações de impacto e de escalabilidade que prevejam premissas externas, que variam de região para região.
Para Kohl, qualquer proposta deve partir de um projeto piloto, cuja implementação aconteça em fases. Dessa forma, todos os envolvidos aprenderão em cada estágio. Por isso, os feedbacks dos executores (ONGs, fundações) e beneficiários têm de ser monitorados.
O economista recomenda, também, a realização de fóruns com o poder público para que as prioridades estejam bem definidas e todo o sistema permaneça alinhado.
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