O projeto de tradução do conhecimento científico para uma linguagem mais acessível à sociedade, realizado pelo Núcleo Ciência pela Infância, do qual fazem parte cinco organizações, entre elas a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, acaba de ser reconhecido com o prêmio Ann Lochner Early Frame Adapters, concedido pelo Instituto FrameWorks, uma ONG norte-americana. As antropólogas Julia Sauma e Paula Siqueira, ambas consultoras da FMCSV, estão coordenando o projeto que prevê a aplicação de uma metodologia criada pelo Instituto FrameWorks no processo de identificação dos gaps entre o conhecimento científico e o da sociedade, e a criação de mensagens que ajudem a superar as distâncias. De acordo com o pesquisador sênior do Instituto FrameWorks, Michael Baran, o prêmio reconhece pessoas que se destacam no uso da metodologia de pesquisa da entidade, incorporando-a à sua prática. As indicações ao prêmio são avaliadas por um conjunto de juízes, que levam em conta critérios como:
• demonstração de entendimento da abordagem do Instituto Frameworks;
• a efetiva incorporação de novas metodologias de pesquisa no trabalho;
• a efetiva incorporação de pesquisas já realizadas pelo Instituto FrameWorks no trabalho.
“Em fevereiro de 2012, Julia e Paula foram a Washington e Cambridge, nos Estados Unidos, onde receberam dez dias de intenso treinamento. Elas fizeram uma contribuição tremenda para a divulgação de nossa prática de análise estratégica em todo o mundo”, resume Baran.
Essa prática foi aplicada na realização de 40 entrevistas no primeiro semestre de 2012: 20 com pesquisadores e 20 com moradores de cinco grandes capitais brasileiras (Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre e Rio de Janeiro). “As entrevistas serão posteriormente comparadas para mapearmos as lacunas entre o entendimento científico e leigo sobre desenvolvimento na primeira infância”, explica Julia Sauma.
Para Paula Siqueira, o prêmio lhes deu ainda mais estímulo para continuar trabalhando com o Instituto FrameWorks e a Fundação. “Hoje, no Brasil, existem vários assuntos em que a promoção do diálogo entre conhecimento científico e conhecimento leigo tem a possibilidade de gerar resultados importantes. Por isso, alimentamos a perspectiva de novos projetos”, conclui.
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